Pequenas Navegações
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Pequenas Navegações - 4
Autor(es): Marcelo Kraiser
Resumo: Marcelo Kraiser é professor adjunto do departamento de Desenho da Escola de Belas Artes da UFMG. É artista plástico, poeta, vídeoartista e compositor. Trabalha com ilustração, fotografia expandida, desenho e trilha sonora para dança e vídeo.
Saiba mais:
Você já reparou que grande parte da produção artística que acontece atualmente apresenta um caráter intermidiático? Por exemplo, um vídeo postado em um blog de arte traz uma poesia recitada por várias vozes, enquanto palavras e imagens fluem pela tela. Trata-se de uma obra intermidiática, que não apenas une diferentes meios como também os funde, criando um terceiro espaço: o intermídia. Este termo foi criado pelo poeta Dick Higgins na década de 60.
Toda a reflexão acerca da intermídia que se seguiu até os dias atuais, porém, sempre esteve muito ligada aos suportes físicos dos meios que a formam. Um exemplo prático disso é a poesia, que ganhou diversas classificações com o advento dos meios eletrônicos: poesia digital, poesia numérica, poéticas digitais. É como se o sentido inicial dado por Higgins, que parte da ideia da fusão conceitual, não fosse entendido corretamente. Isso significa que, para se entender a intermídia, é necessário um estudo no nível mais profundo do sentido de cada obra.
A explicação mais simples para tudo isso acontece quando Higgins adota o termo artístico happening (“acontecimento” em inglês), criado em 1958 quando pintores nos EUA e na Alemanha começaram a modificar as suas obras, inserindo figuras de pessoas. Happening passou a significar um meio novo para Higgins, um intermeio, pois não se encaixava nem na Música, nem no Teatro e nem na Colagem. A obra não cabia em nenhuma categoria, mas em várias, o que criava uma nova esfera e um novo meio, fruto da inter-relação entre diferentes formas artísticas e seus significados.
Um exemplo de obra intermidiática é o projeto “Pequenas Navegações – Cartas de Amor”, que começa a partir de cartas de amor escritas pelos poetas Frank Baez e Paola Rettore e lançadas ao mar do Caribe em garrafas, no ano de 2004. A partir dessa ação e da ideia de movimento, o projeto tornou-se um livro de colagem de poemas e imagens compostas por Paula Rettore. Também se desdobrou em um livro de poesia visual e em DVD audiovisual. Marcelo Kraiser é autor e diretor do DVD ou, de acordo com ele, “Graphonópticos”: composições de textos, desenhos, imagens e sons.
Participam do projeto também os poetas Alckmar Santos (Brasil), Vera Casa Nova (Brasil), Fernando Aguiar (Portugal) e Frank Baez (República Dominicana); os dançarinos Dudude Hermann (Brasil), Izabel Stewart (Brasil) e Josie Cáceres (Equador) e a artista gráfica Lais Freire (Brasil).
Links com informações correlatas:
Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil:
http://plsql1.cnpq.br/buscaoperacional/detalhepesq.jsp?pesq=6152231035781044
Site do CNPQ:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=P117674