DPS 2000

Um passeio rápido pelas ruas de uma cidade grande como Belo Horizonte, por exemplo, denuncia o despreparo e o descaso com a situação das calçadas, da sinalização, etc. Buracos, desníveis bruscos e ausência de faixas para pedestres são alguns dos desafios que as pessoas enfrentam diariamente. Agora imagine-se no lugar da parcela da população que não enxerga e como deve ser maior esse desafio.

Oferecer aos deficientes visuais condições necessárias para o desempenho dos mais variados afazeres cotidianos ainda é um desafio para a sociedade. Pesquisadores realizam um trabalho constante de desenvolvimento de novas tecnologias para atender a esse público que sofre no “vaivém” frenético das cidades, em especial das grandes metrópoles. Essas tecnologias são chamadas de assistivas e em conjunto contribuem para uma maior integração e independência do deficiente visual.

O piso tátil, por exemplo, facilmente encontrado nas calçadas ou em shoppings, foi inventado pelo japonês Seiichi Miyake, em 1965. É um tipo de pavimento que guia o deficiente através de seus diferentes desenhos em alto relevo, por meio do tato. Outro exemplo é o protótipo da bengala eletrônica, desenvolvida por pesquisadores brasileiros da Faculdade de Engenharia Eletrônica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). Além de localizar objetos a três metros e meio de distância e emitir sons de aviso, o invento é capaz de identificar cores.

Um exemplo de tecnologia assistiva desenvolvida em Minas Gerais é o DPS2000. O aparelho foi adaptado por Julio Cezar David de Melo, do Departamento de Engenharia Eletrônica (DELT) da UFMG. Sua função é permitir ao deficiente visual tomar ônibus sozinho. O DPS2000 é dividido em dois equipamentos: um é acoplado próximo ao banco do motorista e o outro é portátil, que o usuário cego carrega consigo. Através desse aparelho portátil, o cego programa as linhas que deseja tomar, acessando um menu baseado em mensagens de voz. No ponto do ônibus, ele seleciona a linha desejada e o aparelho passa a transmitir uma mensagem periódica do código da mesma. Ao se aproximar do ponto, o receptor sinaliza ao motorista, por meio de um sinal sonoro, que naquele ponto há um pedido de parada por um deficiente visual. O sistema já foi instalado em Jaú e em Limeira, no interior de São Paulo, e em Araucária, no Paraná. Testes de avaliação estão programados para Belo Horizonte e outras cidades.

Espera-se, com a união das diversas tecnologias, proporcionar uma vida melhor para os deficientes visuais.

Links com informações correlatadas:

Artigo apresentado no II Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica em João Pessoa/PB. Disponível em:

http://www.redenet.edu.br/publicacoes/arquivos/20080212_083307_LAZE-014.pdf

Artigo sobre a bengala eletrônica. Disponível em:

http://www.vejam.com.br/node/59
Blog Arquitetura Acessível – O que é piso Tátil? Disponível em:

http://thaisfrota.wordpress.com/2009/08/05/o-que-e-piso-tatil/

Site da Empresa Geraes Tecnologias Assistivas – Produtora do DPS 2000. Disponível em:
http://www.geraestec.com.br/produto/dps2000.php