Terapia Gênica

Presente em abundância nos alimentos como leite, cereais e carnes magras, o cálcio é um metal indispensável ao funcionamento do organismo humano. Estima-se que um adulto apresente em seu corpo cerca de 1 kg e 200 g do elemento, sendo que, deste total, 1 kg e 110 g são utilizados na formação e manutenção dos ossos e dentes. O resto encontra-se distribuído em funções biológicas, tais como: controle da acidez e da coagulação sanguínea; contrações musculares; controle hormonal; envio de impulsos nervosos; permeabilidade e divisão celular.

A deficiência de cálcio pode levar à osteoporose, uma doença que torna os ossos porosos, enfraquecendo-os e facilitando a ocorrência de fraturas. Também pode ocasionar unhas quebradiças, propensão a cáries, depressão, insônia, entre outros. O excesso do elemento leva à formação de cálculos renais, que são pequenas pedras que provocam dores fortíssimas ao migrar pelas vias urinárias.

Existe uma relação entre a circulação de cálcio intracelular e o aumento da proliferação de células cancerígenas. Quando o metal circula livremente dentro do núcleo celular, as células tumorais podem se reproduzir muito mais. Uma maneira de impedir que isso aconteça é realizando o “tamponamento de cálcio”, processo em que o cálcio é retirado do meio em que se encontra, geralmente, por meio do uso de proteínas.

Formas alternativas de se realizar este tamponamento estão sendo estudadas. Em 2002, na Universidade Federal de Minas Gerais, foi descoberta pela cientista Maria de Fátima Leite uma nova organela chamada de retículo nucleoplasmático. Esta estrutura é responsável, entre outras funções, pelo armazenamento de cálcio no interior do núcleo. Atualmente, o uso da terapia gênica, na qual a proteína que tampona o cálcio é depositada no núcleo das células tumorais, vem sendo associado à radioterapia para melhorar o efeito desta última. A técnica é desenvolvida no doutorado de Lídia Maria de Andrade, em parceria com o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais, o Centro de Pesquisa René Rachou e o Instituto de Radioterapia São Francisco. No futuro, essa terapia poderá ser utilizada para melhorar o desempenho da radioterapia no tratamento de câncer de cabeça-pescoço, mesmo quando as células cancerígenas se mostram resistentes ao tratamento radioterápico.

Links com informações correlatas

Site Tua Saúde – Cálcio:

http://www.tuasaude.com/calcio/

UFMG Notícias - Terapia gênica desenvolvida na UFMG combate câncer de cabeça-pescoço:

https://www.ufmg.br/online/arquivos/024260.shtml