Geoprocessamento

Imagine que você está em uma cidade do porte de Belo Horizonte e é um engenheiro de trânsito contratado pela prefeitura local. A sua função é escolher o melhor local de uma dada região para a construção de um novo complexo viário que deverá facilitar o fluxo de veículos, ou mesmo um shopping center que poderá alterar toda a circulação. Neste cenário hipotético, existem alguns pontos que devem ser observados para a realização do trabalho. É necessário avaliar e prever a infraestrutura existente, as condições do relevo, os dados demográficos da área e a distribuição de usos nos lotes da região. Um trabalho complexo, mas que pode ser facilitado com a técnica de geoprocessamento.

Ao observar um terreno, pode-se reunir uma série de informações cartográficas (mapas, plantas, cartas topográficas) que formarão um banco de dados georreferenciado. Isso significa que os elementos fazem referência a objetos reais, levando em consideração sua localização geográfica. Quando estes dados são cruzados por meio de técnicas matemáticas computacionais, obtemos um panorama mais complexo que permite visualizar, identificar e analisar as características de determinado local.

No nosso caso fantasioso, o uso do geoprocessamento torna possível examinar como serão distribuídas as edificações e vias da região, estudando igualmente características e peculiaridades do relevo da área. Com isso, a escolha do melhor lugar para a construção do complexo viário ou de uma atividade na cidade encontra-se agora apoiada em uma visão completa do território, com base nos seus dados e propriedades.

A professora Ana Clara Mourão Moura coordena o Laboratório de Geoprocessamento da Escola de Arquitetura da UFMG. Uma das pesquisas desenvolvidas é o “Estudo Sobre a Paisagem do Quadrilátero Ferrífero”, com ênfase na ocupação urbana. É uma região de serras de Minas Gerais onde se encontra também Belo Horizonte, área de grande crescimento populacional. Com base em modelos de geoprocessamento, o estudo consegue representar a dinâmica atual da ocupação urbana no Quadrilátero Ferrífero, simulando tendências futuras.