O Desenvolvimentismo Urbano e a Canalização dos Rios de Belo Horizonte
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Rua Professor Morais entre Rua Getúlio Vargas e Cláudio Manoel. Obras de canalização. Maio de 1963.
Autor(es): Yuri Mesquita
Resumo: Durante o desenvolvimento de Belo Horizonte e em seu crescimento acelerado, vários cursos d’água que antes atravessavam a cidade foram canalizados, principalmente para aumentar as vias de transporte. Yuri Mesquita, graduado em História pela UFMG, pesquisa o processo de ocultação dos rios de Belo Horizonte, focando o período entre as décadas de 1950 e 1970.
Saiba mais:
Com o crescimento acelerado de centros urbanos, é comum que algumas adequações sejam feitas no meio natural. Muitos dos cursos d’água, que antes passavam pelas cidades, foram canalizados para aumentar as vias de transporte e de loteamentos. Porém, muitas das vezes essas medidas ignoram as características naturais dos rios e córregos e sua importância ambiental.
Cobertos por grandes avenidas, como a Silviano Brandão e a Prudente de Morais, muitos dos córregos que antes faziam parte do cenário belo-horizontino são lembrados pela população somente ao transbordarem. Muitas pessoas nem mesmo têm conhecimento do fato de que por debaixo do asfalto correm cursos d’água, canalizados e ocultos aos olhos de todos.
Yuri Mesquita, mestre em História pela UFMG, pesquisa o processo de ocultação dos rios de Belo Horizonte. Segundo ele, a cidade foi projetada sem que se levasse em consideração a topografia e a hidrografia da região. Seu trabalho tem como foco o período entre as décadas de 1950 e 1970, quando o automóvel cresceu em importância e o asfalto passou a ser visto como uma forma de embelezar as cidades.
Na época, o automóvel era o centro das políticas urbanas e as obras de canalização foram vistas como uma solução para os problemas de poluição d’água e de enchentes, além de melhorar o fluxo dos automóveis. Embora existam outras formas de lidar com a presença de rios no meio urbano, a estratégia utilizada em Belo Horizonte não foi um caso isolado, podendo ser percebida na Europa e nos Estados Unidos durante a década de 1920.
Para Yuri Mesquita, a escolha de canalizar os cursos d’água de Belo Horizonte deve ser vista como um caminho a ser evitado por outras cidades e em regiões da capital onde existem córregos.
Links com informações correlatas:
Fonte: Notícia no site da UFMG
Link: https://www.ufmg.br/online/arquivos/024334.shtml
Fonte: Projeto Manuelzão
Link: http://www.manuelzao.ufmg.br/sobre_o_projeto/posicionamento/canalizacao