Celebração: Foi esse clima que marcou a abertura do V Fórum de Cultura Científica da UFMG, no ano em que a Universidade comemora seus 90 anos e recebe a 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). As atividades aconteceram na tarde de ontem no Auditório 1 da Faculdade de Ciências Econômicas no campus Pampulha da UFMG. “Temos muito que celebrar. A última vez que a SBPC esteve na UFMG foi em 1997, e agora ela retorna como parte das nossas comemorações. Faremos discussões a respeito do momento em que vivemos e dos papéis da educação, ciência e cultura para o país. É uma ótima oportunidade de continuar as discussões realizadas hoje”, explicou a vice-reitora Sandra Almeida Goulart na abertura do evento. Na ocasião, também participaram da mesa inicial a pró-reitora de Extensão Benigna Maria de Oliveira e da professora Silvania Nascimento, titular da Diretoria de Divulgação Científica.
A pró-reitora de Extensão Benigna Maria de Oliveira trouxe um breve panorama das edições anteriores do fórum. “Essa iniciativa surgiu em 2015 a partir de uma proposta de professores e servidores técnico-administrativos que trabalhavam com cultura científica em diversas instâncias da instituição. Desde então, o fórum tem trabalhado em uma perspectiva de democratização da produção e acesso à ciência. Felizmente, percebemos que temos avançado muito e apresentamos resultados concretos nesses anos”, concluiu.
Abordagem jovem da ciência
No segundo momento, foi lançado o Fórum Jovem de Cultura Científica, espaço de discussão sobre ciência, academia e sociedade com intensa atuação de estudantes de graduação e pós-graduação. Participaram o professor Bernardo Jefferson de Oliveira, da Faculdade de Educação, e a doutoranda em Sociologia Brunah Schall. “A ideia é que ele seja organizado e se volte para questões estudantis. Queremos um fórum horizontal e propositivo e que, ao final, surjam soluções para os problemas levantados por nós”, contou Bruna. “Convidaremos os professores para algumas das nossas reuniões, de forma pontual”, mencionou a doutoranda, que aproveitou para convidar os jovens presentes para compor a comissão do fórum.
Em tempos de Internet
O evento também foi marcado por debates sobre a relação dos bloggers, youtubers e demais canais online com a divulgação científica e reuniu os ex-alunos do curso de Física Vinicius Marangon e Lucas Mitre, idealizadores do canal online Cura Quântica: Ciência com Descontração e Simplicidade, Jean Gomes de Oliveira, estudante do curso Química Tecnológica e criador do blog Saber Atualizado, além do pró-reitor de Assuntos Estudantis Tarcísio Mauro Vago, representante do Programa Pensar a Educação, Pensar o Brasil, para relatar a experiências em seus projetos.
Para Jean, o foco da divulgação científica deve, mais do que nunca, se desprender da instituição e se centrar nas redes sociais. “Enquanto a ciência fica isolada na universidade, há pessoas no Brasil que não sabem a diferença entre um remédio genérico e um de marca. Questões fundamentais como a nutrição não são enfocadas nas escolas, onde quase ninguém consegue identificar o que difere uma proteína de um carboidrato. A desinformação no nosso país é muito grande”, evidenciou o blogueiro, que contou os motivos que o levaram a criar um blog com a abordagem. “Como sempre gostei muito de malhar, fui pesquisar e senti falta de informações relacionadas a suplementos alimentares. Notei que não havia muita informação sobre o assunto”, comentou.
Já Vinicius, do canal do Youtube Cura Quântica, destacou a importância de prezar por informações científicas corretas e utilizar as melhores fontes possíveis quando se decide trabalhar com divulgação científica. “Seguimos algumas diretrizes específicas como ter muita certeza de quem são nossas fontes. Não ficamos só no Wikipedia”, brincou. A ideia de criar um canal conjunto para falar de ciência de modo descontraído veio das relações dentro da universidade. “Eu e o Lucas bebíamos de fontes de informação internacionais e tínhamos vontade de trazer uma abordagem científica diferente da tradicional do nosso país. Partimos da ideia de fazer diferente e criamos nosso canal, que brinca para fisgar a atenção das pessoas que pesquisam sobre o tema na Internet”.
Ao falar do programa de extensão Pensar a Educação, Pensar o Brasil (PEPB), o professor Tarcísio Mauro Vago contou as motivações para desenvolver a ação, que começou em 2007 e se espalhou por todo o país nos anos seguintes. “Uma questão central nos incomodava: Pensando no âmbito da educação, quem fala sobre ela no nosso país? Percebemos que quem menos falava sobre o tema para o grande público eram justamente as pessoas que trabalham com ele, como professores e estudantes. Logo, por que não falarmos sobre nosso ofícios, esperanças, questionamentos e métodos?”, dividiu.
O coordenador do programa ainda numerou as diversas ações do PEPB, que conta com seminários, coleção de livros, jornal, revista, blog, portais, redes sociais, núcleo de vídeos sobre educação, observatório da comunicação pública relacionada à pesquisa em educação e um projeto de pesquisa. “Nosso intuito sempre foi propor reflexões sobre um dos grandes desafios atuais: A educação pública, que é um dos pilares fundamentais da sociedade. É hora de pensar o potencial que temos para pensar nosso país, nossas relações, o que queremos para nós mesmos nesse momento difícil e sombrio que estamos atravessando”, finalizou.
Após as apresentações, o público pôde fazer perguntas e comentários aos palestrantes. Temas como a relação dos youtubers e blogueiro com o público e a humanização do trabalho científico permearam o espaço de discussões.
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O Instituto de Ciências Agrárias da UFMG participou da programação oficial do “Dia Mundial do Meio Ambiente” em Montes Claros. Em alusão à data, celebrada em 5 de junho, a Prefeitura de Montes Claros promoveu, no último domingo (4), diversas ações no Parque Municipal Milton Prates, como mutirão de limpeza, exposição de peixes e doação de mudas.
Nos estantes do ICA os visitantes do Parque puderam ver de perto espécies arbóreas, sementes e mudas nativas, além de ter acesso a recuperação de nascentes e mata ciliar. Também foram realizadas apresentações sobre doenças e zoonoses e exposição de fotos que retratam a seca na região. Os espaços foram coordenados, respectivamente, pelos professores Nilza de Lima Pereira Sales e Délcio César Cordeiro Rocha.
Fonte: Assessoria de Comunicação Instituto de Ciências Agrárias (ICA) - UFMG - Campus Regional de Montes Claros
Um seminário na Faculdade de Ciências Econômicas (Face) reuniu, nesta quinta-feira, 1 de junho, membros da Proex, do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) e do Centro de Extensão da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) para debater e compartilhar experiências de extensão já realizadas e em curso no Cedeplar e na Face. Questões-chave como a importância da extensão na Universidade e com a sociedade, assim como os principais desafios e dificuldades, foram os temas que permearam as discussões.
O papel formador da extensão
Na mesa ‘A extensão na universidade e o seu papel formador’, o debate trouxe reflexões de aspectos conceituais e práticos das atividades de extensão desenvolvidas na Face. A ocasião contou com a presença dos professores Benigna Maria de Oliveira, pró-reitora de Extensão, Lizia de Figueiredo, do Centro de Extensão da Face, e João Antônio de Paula, que relatou como sua trajetória se imbrica com a extensão e o próprio Cedeplar. A coordenação ficou por conta do professor Anderson Cavalcante, também do Cedeplar.
Em sua fala a pró-reitora evidenciou a cultura da extensão na UFMG. “A nossa universidade tem uma cultura sólida na extensão universitária. Nós acreditamos que em conjunto com outros eixos, como o ensino e a pesquisa, ela se torna cada vez mais consistente”, compartilhou. “É preciso pensá-la sempre por uma perspectiva transformadora para os docentes, discentes e a sociedade”.
A pró-reitora também falou sobre o edital formação em extensão aprovado em 2016 e sobre o trabalho em parceria com a Diretoria de Avaliação da Extensão (Daext) do mapeamento de todas ações de extensão creditadas e passíveis de creditação, além de mostrar o perfil das ações de extensão desenvolvidas na unidade acadêmica e atualmente registradas no Siex (Sistema de Informação da Extensão). Outros aspectos citados por Benigna foram os desafios atuais da Proex e o trabalho em redes. Atualmente a Proex congrega cinco redes que buscam reunir e articular grupos, laboratórios e núcleos de extensão, ensino e pesquisa da UFMG em diálogo com outros atores da sociedade.
Em seguida o professor João Antônio de Paula, que já foi pró-reitor de Extensão e integra o Cedeplar há quase 50 anos, discutiu aspectos conceituais e históricos. “A ideia de uma universidade fora dos muros surgiu na segunda metade do século XIX, em Cambridge e Oxford, na Inglaterra. É importante chamar atenção para o fato de que essas iniciativas antigas não pretendiam formar alguém com a perspectiva de treinamento ou adestramento, mas ampliar os horizontes de referências dos indivíduos. A extensão nasce já com esse propósito importante de alargar o conhecimento cultural dos participantes", explicou.
Para ele, uma nova fase da extensão no país se desenvolveu na década de 50, com a presença do educador e filósofo Paulo Freire. “O modo como Paulo encarou a educação foi inovador, já que o pedagogo a via como algo construído mutuamente, contradizendo a ideia clássica da uma transposição de informações do professor para o aluno. Como ele deixa claro, as pessoas não levam conhecimento às outras, mas criam o conhecimento em conjunto”, disse.
Fechando a roda de conversa, a professora Lizia de Figueiredo, coordenadora do Cenex da Face explorou os paradoxos e dificuldades encontrados no dia-a-dia da extensão na unidade acadêmica.
A extensão no Cedeplar
As experiências de extensão no Cedeplar foram exploradas na segunda mesa do seminário, que contou com a participação de professores e de estudantes de pós-graduação. Participaram as professoras Laura Wong (projeto cooperação horizontal Brasil-Afeganistão), Sulma Cuervo, (trajetórias de vida e trajetórias migratórias em Minas Gerais), Ana Flavia Machado, (economia e cultura: o Espaço do Conhecimento UFMG), Roberto Luís de Melo Monte-Mór (planejamento metropolitano e outras economias: qual o lugar da universidade?) e do professor Mario Marcos Rodarte (educação e economia além da universidade). A roda de conversa foi mediada pela professora Sibelle Diniz, membro do Cedeplar.
Laura Wong [foto] professora do Departamento de Demografia, apresentou a experiência do projeto cooperação horizontal Brasil-Afeganistão e detalhou as ações desenvolvidas. “Trata-se de um país muito pobre, com poucos recursos. A partir dos dados que tínhamos em mãos, fizemos uma espécie de workshop para que a população pudesse tentar monitorar situações problemáticas envolvendo a demografia dessa nação”.
Na mesma linha, Sulma dividiu com o público parte do que foi realizado no projeto trajetórias de vida e trajetórias migratórias em Minas Gerais, desenvolvido na Colômbia. “É fundamental trabalharmos em rede e conhecermos bem os territórios alcançados por nossas atividades. Dessa forma, aprendemos muito mais como instituição que gera e compartilha conhecimento”, disse.
Em sua fala a professora Ana Flávia apresentou a extensão no Espaço do Conhecimento. “Nosso museu é um laboratório para professores, alunos e técnico-administrativos desenvolverem suas iniciativas, aberto à população que acaba não se integrando formalmente à nossa universidade”. Ela acrescentou ainda que o espaço também trata as ciências sofisticadas como a física e a astrofísica e atende a um público bastante diversificado, que vai dos quatro anos até pessoas com mais idade.
Para Roberto Luís de Melo Monte-Mór, do projeto planejamento metropolitano, o diferencial está em ressignificar a qualidade do ambiente urbano. “Dentro do plano metropolitano temos várias programas, como o LUMES: Lugares de Urbanidade Metropolitana, que diz respeito à implantação de locais destinados à participação social. Temos em mente o objetivo de reestruturar nossa região metropolitana e discutir sua qualidade, fomentando a ideia um espaço diverso, criativo e que dialoga com outros setores”, reforçou.
Por fim Anddré Dutra Martins falaram sobre o projeto economia sem limites. A iniciativa, que aborda questões econômicas em escolas públicas de Belo Horizonte, está centrada em reuniões diferenciadas com alunos do ensino médio, como explicou André. “Trabalhamos com horários cedidos por professores. Discutimos não só economia, mas a atrelamos a outras áreas como a ética e os direitos humanos. Fazemos questão de tratar de temáticas importantes como a intolerância às diferenças”.
No entanto o estudante apontou dificuldades enfrentadas no projeto. “Ainda é um desafio mobilizar a comunidade acadêmica e isso também dificulta muito o nosso planejamento”, lamentou.
Após a mesa foi aberta rodada de perguntas com participação do público. O evento foi finalizado com o grupo de choro Cariúnas, projeto de extensão da Escola de Música da UFMG´. No repertório releituras de composições de Pixinguinha e Ary Barroso, entre outros.
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É fato que os povos indígenas continuam a sofrer discriminação, privações e ameaças, principalmente pela violência que tem acompanhado a luta pelo direito às suas terras ancestrais. Mas esse cenário vai mudar, no que depender da atuação dos membros da Clínica de Direitos Humanos da UFMG (CdH). Coordenado pela professora Camila Nicácio, trata-se de um programa de interface extensão e pesquisa, da Faculdade de Direito da UFMG que atua com advocacia estratégica em direitos humanos.
Na última sexta-feira, 26 de maio, as estudantes Amanda Drummond e Carolina Soares Nunes Pereira, membros da CdH, participaram com Douglas Krenak, uma das importantes lideranças indígenas em Minas Gerais de uma reunião, em Buenos Aires, com o presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Francisco Eguiguren, e com o relator para o Brasil, James Cavallaro. O grupo esteve na Argentina para participar do 162º Período de Sessões da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e denunciar as violações de direitos humanos sofridas pelos Krenak em MG.
De acordo com Amanda Drummond, o encontro teve o objetivo de denunciar as violações praticadas contra o povo Krenak, ressaltando a ausência de demarcação do território ancestral dos Sete Salões e os abusos das mineradoras na região. Na ocasião Douglas também participou da audiência sobre 'Mudanças em políticas públicas e leis sobre povos indígenas e quilombolas no Brasil', em que retrocessos na legislação e na política brasileira serão denunciados.
Segundo explicou Amanda Drummond, ainda em 2015 foi iniciado um trabalho com os Krenak, logo após o rompimento da barragem de Mariana. A Clínica fez um mapeamento das violações de direitos humanos sofridas pelos Krenak ao longo da história e tem desenvolvido ações para pressionar o Estado a proteger e reparar os direitos desse povo indígena. "Uma dessas ações foi entrar em contato com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, para que eles se posicionem diante do caso e após duas negativas conseguimos a reunião privada. Para essa reunião preparamos um memorial, relatando os fatos em que houve violação dos direitos dos Krenak desde o início do século XX, apontando os direitos violados e sugerindo reparações. O memorial foi entregue ao presidente, junto com um resumo e uma declaração escrita pelo Douglas, por ocasião da reunião".
Em Minas Gerais o povo Krenak mora no município de Resplendor, às margens do rio Doce. O desastre da barragem de Fundão, ocorrido em novembro de 2015, provocou a contaminação do rio Doce, considerado por eles como sagrado e deu continuidade a uma série de injustiças às quais são frequentemente submetidos. No histórico de violações sofridas por essa comunidade indígena destacam-se episódios como a construção da estrada de ferro Vitória a Minas, que perpassou o território em um processo invasivo e violento; os deslocamentos forçados de seu território original; a construção de presídio indígena em suas terras durante a ditadura militar, onde ocorreram tortura e prisões. Apesar de reivindicarem há anos as reparações pelas violações sofridas e a demarcação do território dos Sete Salões, os Krenak ainda aguardam uma resposta estatal satisfatória a essas demandas.
Em meio a um ambiente dinâmico como a universidade, a necessidade de um espaço de acolhimento, de escuta e orientação para os alunos se mostra cada vez mais necessária. Questões como reprovações, desinteresse nas aulas e trancamentos de matrícula, se consideradas por uma perspectiva mais humanizada, podem ser tratadas de forma menos categórica.
Pensando nisso, foi criada há mais de 10 anos a Assessoria de Escuta Acadêmica (AEA) do Centro de Graduação da Faculdade de Medicina, com a proposta de acolher, orientar e encaminhar os estudantes sobre dificuldades que, mais que de caráter meramente administrativo, revelem problemas e conflitos pessoais como sofrimento psíquico. De acordo com a psicóloga Maria Ribeiro, uma das servidoras que realiza o trabalho com os alunos dos cursos de Fonoaudiologia, Medicina e Radiologia, o trabalho permite detectar situações precoces de risco. “Observamos que, após a ajuda, há uma diminuição de demandas acadêmicas. Impulsionamos o aluno a buscar tratamentos específicos e notamos a aproximação dos mesmos com suas famílias”.
A psicóloga explica, ainda, que muitas dificuldades vistas como supérfluas são uma expressão de problemas internos complexos dos alunos. Atritos nos relacionamentos, adoecimento psíquico, desentendimentos familiares, uso abusivo de álcool e drogas, pensamento de suicídio, situações de violência e de segregação são alguns dos temas com os quais a equipe da AEA lida diariamente. “Nos últimos dois anos, houve uma elevação de 66,4% de trancamentos totais no curso de Medicina. Constatamos que o motivo prevalente para o trancamento de matrículas, sobretudo no segundo semestre de 2016, foi sofrimento psíquico. Nem sempre o êxito é conseguido em todas as demandas recebidas, mas a aposta em situações melhores é sempre feita”, reitera.
Por uma universidade mais humanizada
Inspirados na iniciativa da Medicina em 2016, foi a vez da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) criar um núcleo de escuta acadêmica que atenda a alunos de todos os cursos da UFMG. O intuito do projeto é acompanhar o desenvolvimento dos alunos a partir da valorização de suas subjetividades, como explica o pró-reitor de Assuntos Estudantis Tarcísio Mauro Vago. “Nosso atendimento leva em consideração circunstâncias importantes como o sofrimento mental e dificuldades de aprendizagem. Damos todo tipo de acompanhamento que conseguimos, orientando-os da melhor forma”.
Hoje, a equipe do núcleo da Prae é composta por uma psicóloga, uma servidora técnica em Assuntos Educacionais e três assistentes sociais que dividem a rotina de trabalho em duas ações: uma com um viés psicológico, em que articulações entre a Prae e as unidades de ensino são feitas buscando o bem-estar dos estudantes, além de um serviço focado no social. O segmento contempla atividades como avaliações socioeconômicas, financiamentos de bolsas e outros auxílios financeiros.
Paula de Sousa, uma das profissionais responsáveis pelo contato com os estudantes, explica como os atendimentos ocorrem. “Eles podem vir tanto de uma demanda individual, com o próprio estudante nos procurando, quanto de uma demanda coletiva, em casos nos quais o coordenador de curso ou unidade entre em contato conosco”. A servidora conta que, após esse contato, a equipe identifica se a demanda pode ou não ser atendida com base nos critérios do núcleo. “Muitas vezes o aluno tem um problema com um professor, por exemplo, e não passou pelo colegiado antes de nos procurar. Respeitamos sempre a hierarquia dentro da unidade”, enfatiza.
O papel de mediador do núcleo, em sua visão, está em mostrar para o aluno que ele mesmo pode criar estratégias para romper com os obstáculos apresentados. Ao desenvolver autonomia para lidar com seus problemas, o indivíduo consegue encontrar soluções para os momentos que pedem organização mental, assim como ampliar sua visão de mundo. “É muito importante ouvir o que o estudante tem a dizer, tentamos direcioná-lo a ultrapassar o que o impede de ter êxito na sua formação. Particularmente, sempre tento alargar suas possibilidades dentro do ambiente acadêmico”, afirma.
Mesmo com pouco tempo em atividade, os planos envolvendo a iniciativa são muitos, como antecipa o pró-reitor de Assuntos Estudantis Tarcísio Mauro Vago. “Daqui para frente, pretendemos ter uma articulação com todas as unidades para o atendimento em casos de necessidade, além de um diálogo constante com todos os estudantes da UFMG”.
Escuta Acadêmica – Faculdade de Medicina - escutaacademica@medicina.ufmg.br / 3409-9659
Escuta Acadêmica - PRAE - nucleo@prae.ufmg.br / 3409-4178
DIA 15 DE MAIO
9:00 – OFICINA: CONFECÇÃO DE FANTASIAS PARA O DESFILE DO DIA 18 DE MAIO
Coordenação: PASME + DCE UFMG
Resumo: Inspirados nas fantasias da Escola de Samba Liberdade Ainda que Tan Tan serão elaboradas as fantasias para participação da UFMG no dia 18 de maio. Aberto a todo/as; os/as interessados/as.
Local: Praça de Serviços
14:00 – OFICINA: DANÇA IMPROVISAÇÃO
Coordenação: Anamaria Fernandes – Escola de Belas Artes UFMG – Anamaria tem se dedicado de forma particular à dança com pessoas com deficiência mental (leve, média ou severa), tendo como diferencial de seu trabalho junto a este público a abordagem da dança pelo viés da arte. Realiza suas atividades entre o Brasil e a França, como professora e/ou palestrante convidada de diversas instituições, sejam elas de ensino ou do campo da saúde.
Resumo: Trata-se de uma vivência de improvisação em dança, aberta a toda e qualquer pessoa, que celebra a singularidade de cada um e que, ao mesmo tempo, busca construir e produzir um espaço comum por meio de propostas lúdicas e acessíveis. Nesta abordagem, nos apoiamos na experiência que oferece o com ao invés do para, uma experiência que nos convida a percorrer um caminho sensível de escuta, criação e encontro.
Local: Palco do Auditório da Reitoria
14:00 – ABERTURA DA EXPOSIÇÃO: “Cidade dos loucos” viagem ao inferno: uma tragédia silenciosa
Coordenação: Centro de Memória da Faculdade de Medicina (CEMEMOR UFMG); Núcleo de Apoio Psicopedagógico aos Estudantes da Faculdade de Medicina (NAPEM/UFMG) e Coletivo de Mulheres Alzira Reis
Resumo: coletânea de fotos sobre o Hospital Colônia de Barbacena fundado em 12 de outubro de 1903 na cidade de Barbacena, Minas Gerais, tendo como base o livro HOLOCAUSTO BRASILEIRO – VIDA, GENOCÍDIO E 60 MIL MORTES NO MAIOR HOSPÍCIO DO BRASIL – de Daniela Arbex
Local: corredor do CEMEMOR – Faculdade de Medicina da UFMG – Térreo
Período: de 15 a 19 de maio
18:00 – ABERTURA DA EXPOSIÇÃO: FOLLIA, A LOUCURA QUE SUA NORMALIDADE NUNCA VIU
Coordenação: Curso de Museologia UFMG
Resumo: A exposição curricular “Follia, a loucura que sua normalidade que nunca viu” desenvolvida pela turma do 6º período do Curso de Museologia da UFMG aborda como tema principal a luta antimanicomial, que no dia 18 de Maio de 2017 completará 30 anos. Partimos do interesse e do desejo de ampliar o espaço de discussão sobre esse tema na universidade, propondo uma narrativa expositiva que aborda a loucura sob diferentes prismas: da arte, da literatura, da história e da memória.
Local: Mezanino do Prédio da Reitoria – UFMG
Período: 15 de maio a 09 de junho
Abertura da Exposição: 18 horas
A Proex/UFMG divulgou nesta terça, 2, o resultado da primeira entrada do ano dos concorrentes ao edital do Programa de Apoio Integrado a Eventos (Paie), cujo objetivo é fomentar a realização de eventos acadêmicos nas diferentes áreas do conhecimento.
Os eventos deverão ser realizados de maio a agosto de 2017, com recursos que variam de R$ R$ 847 a R$ R$ 2.847,60. Foram selecionadas propostas da Biblioteca Universitária, Centro Pedagógico, das escolas de Belas Artes, Enfermagem, Engenharia, Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Música, das faculdades de Ciências Econômicas, Direito, Educação, Filosofia e Ciências Humanas, Medicina, Hospital das Clínicas, Instituto de Ciências Agrárias, Instituto de Geociências e do Museu de História Natural e Jardim Botânico.
Os projetos foram analisados, em conjunto, pelas Pró-Reitorias de Extensão, Graduação, Pesquisa e Pós-Graduação, quanto ao mérito e ao apoio solicitado. Eventuais recursos poderão ser interpostos no formulário de interposição de recurso, disponível no Sistema de Fomento da Extensão, no prazo de até 10 (dez) dias corridos, a partir de hoje, 2 de maio, data de divulgação dos resultados. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-3215.
O Programa
Mantido pelas pró-reitorias de Graduação, Extensão, Pesquisa e Pós-graduação, o Paie apoia eventos que considerem o caráter de indissociabilidade entre ensino, extensão e pesquisa no âmbito da UFMG ou mesmo no Estado de Minas Gerais, desde que haja participação majoritária da Universidade.
Estão abertas as inscrições para a quinta edição da Semana de Saúde Mental e Inclusão Social, que tem o objetivo de reunir pesquisadores de diversas áreas para discutir a reforma psiquiátrica e celebrar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio). Neste ano, o evento, que será realizado de 15 a 19 de maio, pretende abordar de forma interdisciplinar o tema A liberdade é terapêutica, com reflexões sobre a importância da liberdade – de ir e vir, voz e autodeterminação– para a construção da cidadania.
Promovido pela Rede Saúde Mental UFMG, o evento terá conferências, mesas-redondas, apresentação de pôsteres, rodas de conversa, oficinas e atividades culturais. A Semana é destinada a estudantes, professores, pesquisadores de diversos campos do conhecimento como arquitetura, artes, direito, educação física, enfermagem, terapia ocupacional, medicina, psicologia e serviço social, além de usuários e familiares de serviços de saúde mental.
O evento foi instituído em 2013 pelo Programa de Extensão em Atenção à Saúde Mental da UFMG. Na edição de 2017, a Semana conta com a parceria da Universidade San Marino (Itália), da Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental (Assussam), do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais e de movimentos sociais e coletivos antimanicomiais.
Gratuitas, as inscrições para apresentação de pôsteres vão até a próxima quarta-feira, 10 de maio, e devem ser feitas pelo site do evento, onde a programação está disponível. As inscrições para ouvintes, também sem ônus, terminam no próximo dia 15.
O evento é promovido pela Rede Saúde Mental UFMG vinculado à Pró-reitoria de Extensão que é composta por grupos e núcleos de extensão, ensino e pesquisa em saúde mental de diversas áreas do conhecimento, setores de serviços em interface com a saúde mental na UFMG, parceiros externos e coletivos e organizações de usuários e familiares. As atividades contam com apoios da Fapemig, Conselho Regional de Psicologia MG, Casu, Sindifes e Apubh.
Para mais informações e inscrições, acesse o site: https://quintasemanaufmg.wordpress.com/